A volta de Mike Tyson, como foi o confronto e o que esperar
Um dos maiores pugilistas da história voltou ao ringue por uma causa nobre. Será que ele tomou gosto novamente a continuar no boxe com essa volta?
Que Mike Tyson é uma lenda dos ringues de boxe, todo mundo já sabe. Mas a figura além do atleta sempre figurou entre notícias pelos mais diversos assuntos. Não é atoa que a volta de Mike Tyson aos ringues chocou o mundo, não é?
Mais maduro, após 15 anos da decisão de pendurar as luvas para competições, aos 54 anos de idade, ele resolveu voltar para os ringues.
A luta exibição ocorreu em prol de instituições de caridade, mas houveram outras motivações, principalmente para Tyson.
No caso, uma de suas outras motivações teve relação com a sua perda de peso. Tyson emagreceu 42 kg e voltou ao peso de quando era jovem (91 kg), ainda antes de conquistar títulos na categoria dos pesos pesados.
A partir de agora, vamos entender um pouco mais sobre esse processo para lutar e como Tyson pretende seguir daqui para frente, se ele vai ou não seguir fazendo lutas de exibição pelo mundo, após enfrentar um outro grande nome da história do boxe, que é Roy Jones Jr.
Qual o panorama desde a parada de Tyson até a volta contra Jones Jr.?
Tyson realmente foi diferenciado e seu cartel de lutas deixou isso ainda mais claro, afinal de contas, ele acumulou 58 lutas, com 50 vitórias (44 delas por nocaute), apenas seis derrotas e duas lutas que não foram finalizadas.
Outro número impressionante foi a sua primeira conquista de cinturão, que ocorreu com apenas 20 anos de idade. Dessa forma, ele se consolidou como o atleta mais jovem na categoria dos peso-pesados a atingir esse feito.
A última luta como pugilista profissional ocorreu no ano de 2005, contra o irlandês Kevin McBride e terminou com a derrota de Tyson.
Falando também um pouco sobre Roy, ele está atualmente com 51 anos de idade e também é uma das lendas dos ringues.
Seu cartel é de 66 vitórias (47 delas por nocaute) e somente nove derrotas. Jones se retirou dos ringues de maneira profissional em 2018 e, ao contrário de Tyson, acabou vencendo Scott Sigmon.
Vale ressaltar que não havia sido a primeira vez que foi ventilada a possibilidade de uma luta entre os dois pugilistas.
Em 2003, momento em que ambos lutavam profissionalmente, foi realizada uma proposta que iria movimentar em torno de US$ 40 milhões, porém a oferta da luta foi rechaçada por Jones e só veio a ocorrer nesta exibição em 2020.
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Como se desenhou a exibição?
Para quem pôde assistir à luta desde o início, percebeu que Tyson, realmente estava com bastante vontade. Ele começou mostrando agilidade em seus golpes e bastante fôlego.
Algo que não ocorreu da mesma forma para Roy, que mesmo tendo três anos a menos que Tyson, já se mostrava com mais dificuldades em se manter no ritmo sem se cansar.
A Compubox, que é uma empresa especializada em estatísticas de lutas de boxe gerou os números da luta entre o ex-campeão dos pesos pesados e Roy Jones Jr.
Pelos registros realizados, Tyson acertou 67 golpes contra 37 de Roy, dos quais 57 dos 67 golpes de Tyson foram considerados potentes, contra 28, dos 37 desferidos por Roy.
Sendo assim, com relação a precisão, Mike acertou 35% dos seus 193 socos tentados (total de 67), contra apenas 16% das 235 tentativas de Roy (total de 37).
Cabe lembrar também que os dois lutadores receberam do Conselho Mundial de Boxe (WBC) um cinturão comemorativo após a luta.
Mike Tyson pode voltar de vez?
Após este retorno aos ringues, ficou até mesmo a expectativa de que ele pudesse voltar a competir.
Mike Tyson mostrou muita vitalidade e agilidade em seus golpes, mas mais uma vez devemos lembrar que a luta foi somente em caráter de exibição. Para voltar a competir com atletas mais jovens o processo seria muito mais longo.
Sabemos que a Fera não perdeu sua essência e, principalmente, a potência de seus golpes, porém, para competir em alto nível, como vemos no boxe atual, há muito mais a ser desenvolvido para viabilizar a volta de Mike Tyson.
O que Tyson ficou tentado a fazer são mais lutas de exibição. Afinal de contas, a luta contra Roy Jones Jr. foi um verdadeiro sucesso de audiência e, principalmente, retorno financeiro.
Ao todo, o boxeador somou mais de 10 milhões de dólares com esta luta de exibição. Convertendo o montante em reais, a quantia é de mais de R$ 51 milhões, pelo que foi revelado por um jornalista estadunidense.
Como ele está se preparando?
Tyson, ao anunciar sua volta, publicou em suas redes sociais um vídeo com um treinamento bastante intenso e, ele mesmo revelou em entrevista, que após aquela sequência de gravações precisou de uma semana para se recuperar totalmente.
“Deixa eu falar algo sobre isso (referência ao vídeo publicado). Eu fiz aquele vídeo e passei uma semana em casa. Aquilo teve 30 segundos e eu fiquei na cama por uma semana.
Não foi engraçado porque me fez perceber que era uma m… de menino grande”, afirmou Tyson em entrevista ao podcast “The Joe Rogan Experience”.
Mesmo com todas as dificuldades em se adaptar e, ao mesmo tempo, buscar ainda mais condicionamento para aguentar todos os assaltos da luta, Tyson mostrou que seu desempenho foi realmente impressionante.
Ele ainda completou em sua entrevista sobre o assunto de sua preparação: “Ficar em forma e ficar condicionado são coisas completamente diferentes. Sequer pertencem à mesma divisão de treinamentos físicos.
Ficar em forma é conseguir caber nas suas roupas. Ganhar condicionamento é ficar apto a sair da sua alma. Você não consegue fazer isso automaticamente.
O estado emocional para se preparar para isso chega a ser incompreensível”, finalizou o ex-pugilista.
Cabe lembrar que Mike Tyson ainda tem gravado na memória absolutamente tudo o que aprendeu ao longo de sua vitoriosa carreira e, obviamente, que ele não perdeu sua essência, muito menos desaprendeu a lutar.
Porém, o peso da idade influencia muito na própria resposta do corpo e esse é um dos motivos que também fazem com que ele não retorne a competir de maneira oficial.
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O que podemos esperar para o ano que vem?
Mesmo que somente em lutas de exibição, se espera muito de Tyson para 2021. Ele, inclusive, já demonstrou o interesse em seguir nesse caminho, como foi contra Roy Jones Jr.
Sendo assim, já foram até levantados alguns possíveis nomes de oponentes para dividir o ringue com ele. Tem de lutador de MMA até um possível reencontro com Evander Holyfield.
Entre os nomes ventilados a lutar contra Mike está Daniel Cormier, que recentemente se aposentou dos octógonos do UFC, aos 41 anos. Outro nome forte do boxe a ser lembrado foi Tyson Fury, que só não acertou a luta por incompatibilidade nos valores financeiros.
Anthony Joshua também foi pensado para um novo embate, mas o que preocupa é a grande diferença de idade, já que Joshua tem 31 anos, somente (23 anos de diferença podem pesar e muito).
Agora uma parte especial para falar sobre os dois últimos possíveis rivais de Tyson.
Foi levantada a hipótese do convite a Lennox Lewis, uma das grandes pedras no sapato de Mike, já que se enfrentaram em 2003 e Lennox venceu de maneira relativamente tranquila.
Na época o britânico chegou até a provocar Tyson após a luta. Com certeza seriam bons ingredientes, simplesmente por uma “revanche”.
E, por fim, mas não menos importante, a possibilidade de Mike Tyson enfrentar Evander Holyfield mais uma vez.
Pois é, os dois protagonistas de uma luta que terminou da maneira mais inusitada possível, com a desclassificação de Tyson após morder e arrancar um pedaço da orelha de Holyfield é possível.
Os fãs já acompanham de perto essa situação, que está sendo impulsionada pelo próprio Evander Holyfield, que chegou a brincar dizendo após uma sessão de treinos o seguinte: “Mike precisa parar de me evitar.
Eu quero ser o próximo. Chegou a hora ou ele está com medo”, afirmou Holyfield.
Os dois garantem que o episódio daquela luta já foi superado, inclusive com pedido de desculpas de Tyson publicamente. Mas claro que sempre gera curiosidade ver os dois em cima de um ringue novamente.
O que nos resta, pelo menos por enquanto, é aguardar qual será a luta de Mike Tyson e o que poderá acontecer em 2021, principalmente com a esperança de que a luta de exibição possa contar com o público presencialmente, da mesma forma que antigamente.