
Bolha da Disney, tudo sobre o sistema de proteção inovador da NBA
Descubra como esse modelo de disputa em meio à pandemia foi um sucesso de organização e eficiência para manter comissões dos times saudáveis mesmo durante a pandemia de Covid-19
Ao ouvir pela primeira vez sobre a bolha da Disney, a primeira coisa que vem à cabeça é que o parque lançou um novo brinquedo ou algo parecido.
Porém, a tal bolha foi uma inovação que abrigou atletas e comissões dos times da NBA para poder concluir a temporada 2019/2020 da maior liga de basquete do mundo.
Vamos conhecer um pouco mais sobre a novidade e, principalmente, como a NBA Bubble, na Disney, foi essencial para a manutenção da saúde e a não proliferação do Coronavírus em seu período de disputa.
Vamos entender aqui na KTO Fan quais os principais conceitos e o que de fato é essa bolha.
O que é a bolha da Disney?
Essa foi a principal forma encontrada para a realização do fim da temporada da NBA.
Ela consiste em confinar os atletas e comissões das equipes para que não tivessem nenhum tipo de contato com outros membros naquele período senão nos jogos que já estavam marcados, durante os três meses de competição.
A NBA, portanto, teve como principal missão reservar entre os 18 hotéis do Complexo Disney, e manter muito rigor com relação às medidas de proteção impostas.
Os mais de 360 atletas ficaram confinados em três dos hotéis. Os escolhidos para receber os jogadores foram o Grand Destino Tower, Grand Floridian e Yacht Club.

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Quais times foram selecionados para participar da Bolha da NBA?
Conferência Leste
- Boston Celtics
- Brooklyn Nets
- Indiana Pacers
- Miami Heat
- Milwaukee Bucks
- Philadelphia 76ers
- Orlando Magic
- Toronto Raptors
- Washington Wizards.
Conferência Oeste
- Dallas Mavericks
- Denver Nuggets
- Houston Rockets
- Los Angeles Clippers
- Los Angeles Lakers
- Memphis Grizzlies
- New Orleans Pelicans
- Oklahoma City Thunder
- Phoenix Suns
- Portland Trail Blazers
- Sacramento Kings
- San Antonio Spurs
- Utah Jazz
Como funciona a bolha da Disney?
Apesar da escolha dos organizadores do evento em proporcionar toda a estrutura, cada um dos hotéis tinha suas particularidades de conforto e as equipes foram distribuídas pelos desempenhos até o momento da retomada do campeonato.
Dessa forma, quanto melhor a posição na tabela, mais luxo disponível.
O local
Após a reunião dos 22 times nos 18 hotéis do complexo da Disney, em Orlando, na Flórida, a NBA passou a distribuir de forma que todos tivessem acesso às quadras de treinamento, que eram sete no total, além das três arenas onde os jogos ocorriam.
O mais curioso da escolha do local é que o estado da Flórida, que já estava com índices altíssimos e nesta última semana passou de 1 milhão de casos de Covid-19 registrados.
Mesmo com essa proximidade, tudo correu da melhor forma e nenhum caso foi registrado durante os três meses de disputa dos jogos e dos playoffs da NBA 2019/2020.
Quem podia entrar
Para poder entrar na bolha, os atletas e comissões técnicas, além de seguranças e outros funcionários foram limitados a 37 para participar do protocolo dos jogos.
Ao chegarem, deveriam ficar em isolamento por 48 horas no quarto reservado previamente e, somente após o registro negativo da doença que poderiam retornar às áreas comuns, no convívio com os integrantes da própria equipe.
Este processo era repetido a cada vez que alguém precisasse se ausentar do local.
O que foi definido para que houvesse permissão para as saídas foram casos emergenciais, como problemas de saúde, morte de familiar, nascimento de filho, entre outras emergências que foram estipuladas pela organização.
A partir da fase de playoffs, houve liberação para integrantes das famílias de atletas, para que pudessem acompanhar os jogos finais.
Só que os custos todos dos integrantes das famílias dos atletas teriam de ser arcados pelos próprios, sem a interferência da Disney ou da própria NBA, para que os gastos não fossem ainda maiores.
O protocolo para os visitantes consistia em alugar um quarto adicional, por parte do jogador ou integrante de comissão técnica e, após isso feito, os visitantes tiveram de ficar em processo de isolamento por uma semana.
Somando ao isolamento, os visitantes também precisaram passar por mais dois testes em um período estipulado para permanecer nas dependências da bolha, preservando a segurança das equipes e dos próprios visitantes.

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Orientações aos atletas para a disputa dos jogos
Para que os jogos também tivessem toda a segurança possível, houve orientação de que os jogadores evitassem costumes comuns dos atletas nos jogos, como cuspir, lamber os dedos para dar mais aderência nas mãos, limpar a bola com a camiseta, mexer no protetor de boca, trocar camisas ou compartilhar equipamentos.
Com toda a preocupação que envolvia a organização do evento, os jogadores tiveram permissão apenas para apertos de mão entre jogadores somente durante os treinamentos e jogos.
Porém nenhum dos contatos físicos chamados de “desnecessários”, como os mencionados, poderiam ser aos adversários. O contato, portanto, só devia ser entre membros da própria equipe.
E se houvesse algum caso, como seria o protocolo?
No caso de algum jogador ou integrante das equipes fosse testado positivo para Coronavírus havia todo um processo detalhado para que não houvesse transmissão a outras pessoas. Dentro das etapas estavam:
-A partir da primeira testagem positiva, a pessoa entraria em isolamento completo no hotel onde estava instalada ou, dependendo do caso, em uma outra instalação que estivesse vazia e preparada para receber o indivíduo.
Assim, sem riscos de contaminação e, claro, com todos os protocolos sanitários seguidos à risca.
– Após o início deste primeiro período de isolamento, seria feito um segundo teste o mais rápido possível, para que houvesse nenhuma dúvida à respeito do resultado.
Foram detectados alguns casos de “falso positivo” pelo mundo e esta segunda testagem na bolha seria primordial para a comprovação.
Se mantivesse o resultado inicial, o isolamento teria seu prosseguimento normal.
– Agora, se porventura o segundo teste fosse negativo para a doença, um terceiro teste seria aplicado ao possível contaminado entre um período de 24 a 48 horas a partir do primeiro.
Somente com esta última etapa finalizada o atleta ou integrante dos times poderia voltar às dependências comuns da bolha.

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Gastos com a bolha da Disney
Toda a organização do evento foi muito eficiente e isso é inegável. A bolha da Disney passou a servir de referência para muitos organizadores, porém tudo isso gerou um custo bastante elevado.
Primeiro porque toda a organização precisou montar a bolha em tempo recorde, segundo porque dependia de testes frequentes aos atletas e funcionários, assim os gastos com essa parte também foram gigantescos.
Com toda essa articulação, o investimento por parte dos organizadores foi em torno de US$ 170 milhões (o equivalente a R$ 877,2 milhões na cotação atual).
Tudo isso fez com que toda a estrutura fosse montada e com ela, criar um ambiente competitivo para as equipes e, claro, para fazer a transmissão dos eventos.
Mesmo com todos os gastos, é inegável que a bolha da Disney foi um sucesso, principalmente porque obtiveram retorno por parte das torcidas e das transmissões, que também amorteceram grande parte do que foi gasto para a realização do evento.
Vale ressaltar que toda a área do complexo é pertencente à ESPN, que possui uma parceria muito forte com a Disney.
Sucesso e exemplo para outras competições
Realmente a conclusão da temporada foi um imenso sucesso, não só pela organização física do evento, que foi muito bonita, com a participação de torcida virtual e elementos visuais, mas pelo fato de não ter havido sequer um caso da transmissão de Covid-19.
A conclusão que se chega é que, por mais que tenha sido um evento muito caro, o saldo acabou sendo lucrativo, pois essa ideia deverá ser copiada por diversas vezes, em casos mais extremos.
No final, quem saiu como campeão de dentro da bolha da Disney foi o Los Angeles Lakers, após uma final bastante disputada contra o Miami Heat e que levou milhões de pessoas a assistir o evento com toda a segurança possível.
Ainda sobre essa pandemia, uma organização parecida foi feita para a conclusão da temporada da UEFA Champions League, que também confinou os times que seguiam em disputa em uma cidade sede, que no caso, foi Lisboa, em Portugal.
O evento também teve um saldo bastante positivo e ajudou na preservação da saúde de atletas e comissões.